Se você fizer uma pesquisa etimológica, vai descobrir que efetividade é uma expressão que deriva dos termos em latim efectivus, que pode ser traduzido de forma literal como “o que produz, o que tem efeito”, e facere, que é traduzido literalmente como “fazer”. Mas quando trazemos o conceito de efetividade para dentro da nossa estratégia de negócio, muitas vezes esse significado não é tão claro.
Afinal, ser efetivo pode significar fazer o melhor possível, encontrar a melhor ferramenta e a melhor estratégia. Mas há a segunda parte desse termo que é tão importante quanto a primeira, que diz respeito ao “fazer”.
Para entendermos melhor sobre isso, neste artigo falaremos um pouco sobre o conceito de estratégia e de que forma você pode atingir a melhor efetividade possível na busca pelos objetivos do seu negócio. Mas, calma, ainda há fatores que devem ser discutidos antes de entendermos como colocar isso na prática. Então, vamos a eles.
Definindo o conceito de estratégia
Em boa medida, estratégia tem a ver com a capacidade de definir o que significa sucesso em qualquer iniciativa.
O economista Lionel Robbins dizia que a economia é a ciência das ações humanas diante dos recursos limitados com usos alternativos. Ele está falando do princípio da escassez. Ou seja, que recursos você vai empregar para quais necessidades do seu negócio? E será que essa é a melhor aposta para vencer o jogo?
Quando falamos em alcançar a efetividade, precisamos entender que a estratégia é o processo de tomada de decisão sobre como alocar os recursos que você tem disponível em uma determinada ação. Mas como tomar essa decisão?
Como tomar decisões melhores rumo à efetividade?
Em primeiro momento, precisamos lembrar que o que define o sucesso ou a efetividade de um negócio não é a estratégia, mas sim o problema sobre o qual ela trata. Para entender melhor, pense em um professor que está realizando uma palestra em uma grande universidade e precisa medir a efetividade e o sucesso de sua performance. Nesse sentido, ele deverá utilizar critérios muito diferentes. Pode se preocupar com o nível de atenção dos alunos ou com a satisfação deles em relação à aula. Mas pode ir além e querer medir o quanto conseguiu sensibilizá-los sobre a importância do conteúdo das suas aulas ou levar isso ao nível do comportamento no dia a dia deles de trabalho. Tudo isso não só deve ser medido de maneiras muito distintas, mas leva a estratégias de aula potencialmente muito diferentes também.
Pensando no aspecto da mensuração, tudo no fundo precisa ser convertido em uma métrica, que pode ser aferida e acompanhada. Isso porque você só pode gerir aquilo que você pode medir, como dizia o pai da administração moderna, Peter Drucker.
Proxy metrics
Quando falamos em mensuração, podemos pensar em métricas que são direta ou indiretamente mensuradas. Mensurações diretas são, por exemplo, aspectos de perfil demográfico: sexo, idade, profissão, praça etc. Não há dois jeitos de medir a idade de alguém, certo?
Mas muita coisa em nosso dia a dia exige também formas de mensuração indireta, como quando falamos da satisfação do público durante uma palestra, por exemplo.
Afinal, como medir algo tão subjetivo como a atenção? Certamente, o jeito mais preciso seria a partir de neurotransmissores, observando os estímulos de atenção no cérebro de determinada pessoa. Mas isso seria totalmente inviável, e até mesmo inconveniente, a menos que se trate de um estudo científico.
Então, é preciso fazer uma mensuração aproximada. Uma ótima ferramenta para isso se chama Proxy. Trata-se de uma aproximação de uma métrica que não é medida diretamente, como a atenção, por exemplo. Esse tipo de métrica não mede exatamente o que você está pesquisando, mas faz aproximações suficientes para que o objeto seja de alguma forma mensurado. Uma boa proxy para medir a atenção, por exemplo, em uma palestra, é saber quanto a pessoa consegue repetir o que foi dito pelo palestrante.
Nesse vídeo, vemos a conversa entre o Head de Efetividade da Adam&Eve DDB, Les Binet, e o consultor Peter Field em vídeo para o IPA em que o tema é exatamente a necessidade de usar proxy metrics e fugir do popular Streetlight Effect, em que partimos das métricas que temos para mensurar os efeitos das nossas ações e não necessariamente das que precisamos para fazer isso de forma eficaz.
Efetividade é o tipo de tema que trabalhamos insistentemente na Sandbox, porque é um pilar fundamental do pensamento estratégico. Para começar a abrir sua mente e mudar a forma como você encara o pensamento estratégico, conheça nosso curso Hard Strategy, que desenvolve essa maneira de pensar a partir das habilidades mais hardcore do processo como raciocínio lógico, capacidade analítica e de problem-solving.