Se você não sabe o que é DIKW, não conhece a base de uma boa análise

 
imagem: Emiliano Vittoriosi
imagem: Emiliano Vittoriosi

Ainda bem que tem cientistas por aí dedicados a esmiuçar a epistemologia da informação, assim você não precisa se preocupar com isso. E pode gastar mais tempo vendo gifs de gatinho.

Existe diferença entre o que chamamos de dados, informação e conhecimento? Se sim, isso importa?

A primeira resposta é sim. A segunda é SIM, e muito.

Em 1974, em seu paper “Knowledge Management: A New Concern for Public Administration” Nicholas L. Henry sugeriu uma relação distinta entre os conceitos de dados, informação e conhecimento.

Ali seria a origem do que mais tarde em 1989 seria formalizado por Russell L. Ackoff como uma pirâmide hierárquica, que inspira o nome de seu paper “From Data to Wisdom”.

ENTENDER A DIFERENÇA DESSES CONCEITOS E COMO ELES SE RELACIONAM FAZ TODA A DIFERENÇA NA CONCEPÇÃO DE UMA BOA ANÁLISE.

Afinal, a raiz do termo análise em grego vem da ideia de “separação”. Se analisar é separar, é importante separar seus próprios conceitos antes. E a partir dessa separação formou-se o que é chamado hoje de Pirâmide DIKW, um acróstico das primeiras letras de Data, Information, Knowledge e Wisdom.

DIKW_Pyramid.svg.png

DATA é apenas o pedaço de fato, o fruto mais cru possível de uma observação. Pode ser um número, uma citação solta, que, em si própria, é inútil.

INFORMATION é o dado colocado em algum tipo de estrutura ou forma de organização, oferecendo a possibilidade de se iniciar um maior processo de compreensão.

KNOWLEDGE é quando a informação ganha contexto e significado, permitindo que se possa compreender de fato um determinado fenômeno.

WISDOW é a capacidade de tomar decisões e agir de forma concreta a partir do conhecimento gerado.

Pense nos sinais vitais de um paciente. 80 batimentos cardíacos por minuto, pressão arterial de 11/5. Isso em si não quer dizer muita coisa, é dado. Agora imagine que você coloca isso em uma linha do tempo, observando a variação ao longo de uma semana ou mesmo um dia. Aqui se tem uma informação propriamente dita. Quando se coloca essa informação frente ao contexto de alguma alteração de dosagem de medicamento e à literatura sobre sintomas de diabetes, por exemplo, teremos a compreensão do que esses sinais vitais significam para o paciente no quadro atual. Isso quer dizer que geramos de fato conhecimento sobre o assunto. Quando se chega nesse ponto e há a capacidade de gerar um diagnóstico e um tratamento como padrão de ação, aí sim o conhecimento se tornou acionável e foi gerada inteligência ou, na tradução mais literal, sabedoria.

ADOTAR ESSA LÓGICA DE PENSAMENTO PERMITE QUE AUMENTEMOS NOSSA CAPACIDADE ANAlÍTICA, SEMPRE COLOCANDO POUCO VALOR NO DADO EM SI E EM BUSCA DE GERAR DE FATO CONHECIMENTO E SABEDORIA.

Claro que há uma série de críticas e outras perspectivas sobre esses conceitos, mas em um mundo com tantos dados à disposição, a Pirâmide DIKW faz-se ainda mais relevante, colocando cada coisa no seu lugar e deixando claro que a matéria prima pode ser a base, mas o foco está sempre no topo.

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