A diferença entre uma apresentação qualquer e uma apresentação marcante está na sua capacidade de se comportar como um ser humano. De falar como gente e tratar seus interlocutores como gente.
(A outra opção -que parece menos óbvia mas é a mais comum- é se comportar como uma máquina de vendas, programada pra convencer, derramando jargões e palavras artificiais.)
O Garr Reynolds, do Presentation Zen, é um defensor de que a gente devia apresentar pelado. No sentido metafórico, claro: quem apresenta deve se expor, ser sincero.
Aqui, ele ilustra essa teoria com uma apresentação do Malcom Gladwell.
A apresentação é uma história que dura 15 minutos. Sobre um cara desconhecido. Sem slides, sem frufrus, pensa num monólogo de 15 minutos. E que é diversão pura.
O que faz essa história valer a pena são duas coisas. Uma, que ela é muito particular e -ainda assim- tem algum elemento universal. É uma história que aconteceu na vida dele, na faculdade. Mas, no fundo, é uma história sobre amizade.
Outra, que ela é lotada de sinceridade. Isso fica ainda mais forte na hora que a história está sendo contada. O Gladwell coloca pra fora cada fragilidade dele, admite cada erro.
O enredo da sua história, o jeito que você arranja os fatos, são importantes mas só até a página dois. Eles servem pra deixar sua mensagem mais clara, ilustrar seu pensamento. Mas o que faz diferença, diferença mesmo, é se você conta essa história com sinceridade.
Ou seja, uma boa apresentação é mais um momento de compartilhar do que de fazer performance.
Curioso é que muita gente fica solta na hora de planejar uma apresentação -não prepara, não refina, não ensaia- mas fica armado na hora de contar. O que faz uma apresentação marcante é justamente o contrário: uma preparação sólida, uma contação fluida.
– disclaimer: cutucar o nariz é uma figura meramente ilustrativa e não configura uma técnica de apresentação endossada pela escola.