Estratégia Ágil para responder a um mundo acelerado

Estratégia Ágil uma metodologia que facilita a construção do planejamento estratégico de empresas. Por meio de um conjunto de frameworks, organização e gestão, estrutura oportunidades de entrega com qualidade, facilidade e adaptação, sendo construída pela equipe multidisciplinar envolvida no processo em si e assistida pela gestão. 

Resumidamente, a equipe deve definir o objetivo, identificar os desafios e traçar etapas de entrega com autonomia. Normalmente, as empresas optam por iniciar o planejamento de forma tradicional e depois utilizam a estratégia ágil, sempre analisando indicadores e ações estratégicas.

Falando em estratégia tradicional, engana-se quem pensa que ambas são a mesma coisa. Há diferença entre as estratégias ágil e tradicional. Enquanto  a estratégia ágil destaca que não sabemos tudo e, por isso, projetamos planos, evoluímos e respondemos a novas informações, a estratégia tradicional depende de pesquisa, documentação e reuniões para traçar planos. Veja a diferença entre elas:

Vem conhecer um pouco mais sobre essa estratégia de extremo sucesso quando aplicada de forma clara, que, inclusive, é foco do novo curso da Sandbox.

TRIPLO A DE AGILIDADE ESTRATÉGICA 

Um exemplo real de Estratégia Ágil na prática aconteceu quando a Covid-19 impactou o Airbnb em 2020, onde mais de US$ 1 bilhão em reservas desapareceram, os planos de expansão foram adiados e 1/4 força de trabalho precisou ser cortada. No entanto, no fim do ano, as receitas se recuperaram e a empresa concluiu um dos IPOs de tecnologia mais bem-sucedidos da história.

Em análise publicada pela Harvard Business Review, o Airbnb desviou de seu plano estratégico e se adaptou ao ambiente em mudança, por meio de três maneiras diferentes: foram ágeis para evitar impactos; ao serem atingidos, foram robustos para absorver grande parte do dano; foram resilientes para acelerar com mais rapidez e eficiência do que seus pares. Esse é o chamado Triplo A da agilidade estratégica, que não se define por definições, regras, leis, ferramentas ou estruturas, mas sim como diretrizes para ajudar as organizações a aproveitar a disrupção de forma proativa. Veja quais são os seis principais princípios do Triplo A:

Princípio 1: priorize a velocidade sobre a perfeição

As oportunidades surgem e desaparecem rapidamente durante uma crise, portanto, as organizações precisam estar prontas e dispostas a agir rapidamente, mesmo que sacrifiquem a qualidade do processo.

Princípio 2: priorize a flexibilidade sobre o planejamento

A estratégia é uma cascata de escolhas geralmente incorporadas a planos estratégicos que são elaborados e aprovados por um período de meses e, em seguida, executados em três ou cinco anos, antes que o ciclo se repita. No entanto, em uma crise, um plano estratégico pode facilmente se tornar uma âncora que prende uma organização em um caminho que não é mais relevante. Por isso, saiba flexibilizar.

Princípio 3: priorize a diversificação e a “folga eficiente” sobre a otimização

Muitas empresas lutaram – e algumas falharam – durante a pandemia, não porque não eram ágeis ou inovadoras, mas porque foram derrubadas por um golpe devastador. A raiz desse problema era a falta de diversificação ou ênfase na eficiência e na otimização. Os princípios de diversificação e folga caíram em desuso recentemente, mas são poderosos contra o impacto dos choques. A dor em uma área pode ser compensada pelo ganho em outra. 

Princípio 4: priorize o empoderamento sobre a hierarquia

Uma hierarquia é mais vulnerável no topo. Equipes capacitadas, por outro lado, são inerentemente robustas. Como eles são descentralizados, nenhuma greve ou crise pode eliminá-los. A chave é manter fluxos de informações abertos e regulares para que eles trabalhem na mesma página.

Princípio 5: priorize o aprendizado sobre a culpa

Culturas organizacionais que recompensam a tomada de riscos e toleram o fracasso se movem mais rápido do que as que não fazem. Se as pessoas são criticadas por falharem, é menos provável que assumam riscos; em uma crise, isso pode ser fatal.

Princípio 6: priorize a modularidade e a mobilidade de recursos

Como é quase impossível prever o futuro em uma crise, é difícil planejar efetivamente a alocação de recursos. Assim, é importante construir recursos que sejam modulares e/ou móveis para que possam ser reconfigurados ou movidos conforme necessário.


Como alcançar agilidade estratégica?

Se você está acostumado a estratégias que preenchem centenas de slides, a Estratégia Ágil será estranha no início. Mas, você pode mudar esse pensamento seguindo algumas premissas. Primeiramente, saiba que o processo e você devem ser claros e consistentes. Neste sentido, sempre articule, documente e compartilhe a sua estratégia, deixando-a estável em seu grande objetivo, mesmo que ocorram ajustes ao longo do caminho. É claro que você pode estar disposto a agir com base em dados, desde que tenha um sistema robusto de teste e aprendizado. Na Estratégia Ágil, você aprende fazendo, em vez de depender do processo de planejamento para mapear tudo com antecedência. 

Em segundo lugar, é sempre importante pedir aos seus líderes que documentem a estratégia de forma diferente. Em uma Estratégia Ágil, o foco muda de entregas detalhadas e datas de vencimento para os resultados desejados. O trabalho está alinhado com as metas organizacionais abrangentes e com a entrega de valor centrada no cliente. O objetivo do planejamento ágil é fornecer detalhes suficientes para começar a trabalhar com confiança e os resultados desejados. Então, fuja dos slides de 220 páginas e invista em gráficos e materiais que facilitem a documentação e apresentação.

Depois, capacite as equipes para dizer não. Se elas não tiverem escolha a não ser atender a todas as solicitações, nunca farão progresso em relação à Estratégia Ágil. As equipes não podem ser simultaneamente reativas e estratégicas; eles têm que escolher um. Portanto, se o seu departamento estiver propenso a solicitações imprevistas, talvez seja necessário confiná-las a uma única equipe e o trabalho estratégico pode então ser concentrado em outra equipe Agile que não faz nada além de se concentrar nessas atividades. 

Neste cenário, é importante destacar as principais características do gerenciamento de estratégia ágil, pois são elas que ajudam a tornar o processo, de fato, ágil. Em contraste com os padrões de estratégia tradicionais, uma abordagem ágil de estratégia capitaliza procedimentos, mentalidades e cerimônias ágeis. As oportunidades estratégicas são discutidas, avaliadas, divididas em constituintes consideráveis e gerenciáveis, priorizadas, executadas, constantemente monitoradas e revisadas. 

DESAFIOS DE UMA ESTRATÉGIA ÁGIL

Há três grandes desafios que as organizações de hoje geralmente sofrem. A maioria das organizações realiza vários experimentos com métodos e ferramentas ágeis. Mas, quase todas as empresas falham ao tentar transformar os aprendizados dessas experiências de primeira mão em processos de gestão e, mais especificamente, em estratégias.

Em segundo lugar, mesmo as marcas com um alto senso de urgência, são altamente desafiadas a superar o legado de seus negócios. Quando as empresas têm que tomar decisões estratégicas e alocar recursos, a geração de novas empreitadas e a busca por respostas inovadoras falha. Assim, temas com alta incerteza, que terão impacto no longo prazo, não são abordados de forma clara.

Por último, muitos processos de estratégia terminam em planilhas. Quando as empresas têm planos rígidos, o processo criativo para encontrar soluções que se ajustem aos desafios estratégicos da organização é reprimido. Até mesmo as equipes da alta administração costumam brincar em um teatro corporativo de “fingir até encaixar” em vez de promover e estabelecer uma mentalidade de crescimento de “aprender rápido, falhar rápido”.

E como superar esses desafios? Aplicando algumas características organizacionais para obter agilidade estratégica.

Os líderes precisam mudar a mentalidade e entender que a incerteza e a experimentação também precisam existir. O mundo está em constante evolução e estamos aprendendo coisas novas a cada interação com os clientes. Portanto, a estratégia deve ser capaz de mudar de direção e se adaptar com base em novos conhecimentos. Sua equipe deve ficar alinhada em uma visão e propósito compartilhados, trabalhando na identificação de princípios para agilidade, adotando uma abordagem experimental para formar e executar a estratégia.

Em segundo lugar, para criar e desenvolver estratégias duráveis, é preciso sair das salas de reuniões e interagir mais com a organização e os clientes, usando as informações incorporadas à organização de forma ativa. Mobilize os times com temas estratégicos por meio de hackathons (eventos), onde você pode estimular grande parte do time a trabalhar com foco em temas específicos. Além disso, os times precisam ter uma visão clara e compartilhada, sendo capazes de identificar e trabalhar com oportunidades que estão apoiando os temas estratégicos gerais. 

Por fim, você também precisa garantir que os processos internos sejam projetados com ciclos de feedback de baixo para cima. Embora a estratégia ainda esteja ancorada à equipe de liderança, ela deve ouvir o feedback que recebe e adaptar a direção. Os líderes, portanto, vão criar o ambiente certo e apoiar o desdobramento da estratégia para suas áreas, onde enquadrarão um problema ou definirão uma direção geral, dando às equipes liberdade para projetar e desenvolver soluções.


Um dos grandes desafios, no final das contas, é construir uma estratégia bem feita, do jeito que precisa ser feito – mas rápido. A verdade é que Estratégia não só pode como deve ser Ágil. Por isso, no curso Estratégia Ágil da Sandbox você vai aprender a mergulhar nas técnicas e metodologias que podem fazer essas duas coisas andarem juntas, além de ter acesso a uma verdadeira caixa de ferramentas práticas que podem ajudar a acelerar o desenvolvimento estratégico. Inscreva-se já!