UX: experiência do usuário também tem estratégia

Segundo a Micro Focus, a cada US$ 1 investido em UX existe até US$ 100 de retorno. Outro dado importante: 89% dos consumidores que tiveram uma experiência negativa com alguma marca passaram a comprar do concorrente.Esses dados mostram que o UX é um recurso cada vez mais utilizado e valorizado nas áreas de marketing e pesquisa do consumidor.

E apesar de hoje temos plena consciência da importância do UX Design para o desenvolvimento de melhores experiências dos usuários com as plataformas digitais ou de serviços, há um passo anterior para o desenvolvimento disso, que é a própria estratégia de UX. O desenvolvimento de um pensamento estratégico que desemboque em um projeto de design de experiência e interfaces aumenta em muito as chances do projeto ser bem sucedido para além das questões técnicas.

No geral, a ideia é encontrar as conexões entre como a organização mede o sucesso de um produto/serviço e como o usuário mede o sucesso de uma boa experiência de uso. Essa ação é fundamental para que um produto tenha um lançamento satisfatório.

Ao final da etapa, o UX Strategist entrega tudo aquilo que precisa ser feito para proporcionar a melhor experiência possível ao usuário e os melhores resultados de negócios à empresa, que será colocado em prática pelo UX designer.

 

Um processo completo de Estratégia UX em 12 etapas

A estratégia de experiência do usuário não é linear. Veja uma lista de processos para seguir – mas fique tranquilo, você pode pular, começar de trás pra frente, conforme necessidade. Sabemos que nem tudo é preto no branco, portanto, adapte as estratégias ao seu produto.

 

1. Estratégia de UX Design

Combine desejos, interesses e necessidades do cliente, determinados durante a fase de descoberta do projeto, e vá fazendo essa fase até o lançamento do produto. Todas as regras e itens obrigatórios devem estar de acordo com interesses e necessidades.

 

2. Universo de produtos

Aqui, você já começou a analisar ou está analisando os detalhes do seu projeto e onde ele se encaixa no mercado. Ou seja, é preciso encontrar conexões entre sua ideia e como ela se relaciona com a estratégia de design UX. Se não corresponder, algo precisa ser corrigido.

 

3. Pesquisa

Todos os resultados e detalhes devem ser pesquisados para manter uma vantagem competitiva. Analise preços, opções de teste, informações de marketing e mais. Mesmo após o lançamento do produto, a pesquisa continua.

 

4. Estabeleça KPIs

Seja taxa de conversão e rejeição decrescente, leads qualificados, valor médio do pedido, duração da sessão, visitantes gerais ou qualquer dezena de indicadores-chave de desempenho: você deve identificar os importantes. Em seguida, seja específico sobre eles.

 

5. Projeto

É hora de pegar tudo o que você aprendeu e colocar em prática. Essas informações devem ser combinadas com a estratégia e os KPIs que melhor atendem às necessidades da empresa e do usuário final. Pegue tudo e crie seu produto.

 

6. Protótipo e feedback do usuário

Você criou o produto e um protótipo. Agora, deve liberá-los para testes. A escolha é sua, como faz o teste e o que faz com esses dados, mas o que faz aqui determinará o futuro de sua criação e seu sucesso ou fracasso.

 

7. Técnicas de UX

Aqui está uma ampla gama de técnicas de UX que podem ser úteis para qualquer projeto e usuário. Na verdade, você pode escolher todos – mas lembre-se de que há custos. Por isso, escolha seus favoritos ou aqueles que acha mais relevantes.

 

8. Analisar e aprender

Você verá que acumulou uma grande coleção de dados para trabalhar. Eles são ótimos, mas um desperdício completo se você não agir e utilizá-los. Todos testes, pesquisas, prototipagem e construção se resumem a quão bem você lê os resultados e faz alterações

 

9. Testar e corrigir

Depois de obter os dados das fontes, você pode começar a fazer correções. Teste o feedback que está recebendo. Replique os problemas. Faça correções. Melhore.

 

10. Repita

Redesenhos, prototipagem, testes, ciclos de feedback, discussões, correções. Por mais difícil que pareça, valerá a pena quando seu produto for um nome familiar para o consumidor.

 

11. Liberação

Depois que sua versão final for criada, é hora de liberá-la. Prepare-se para comentários e lembre-se de não levar as coisas para o lado pessoal enquanto analisa o feedback.

 

12. Próximas versões

Pense na versão dois. Pequenas atualizações são possíveis nesse item, mas algumas coisas precisam esperar. À medida que mais dados chegam sobre correções, você deve compilar uma lista do que precisa de atenção e do que pode esperar pela versão dois.

 

 

O CINTO DE UTILIDADES DO ESTRATEGISTA DE UX

Da mesma forma que o UX designer possui métodos para se colocar no lugar do consumidor e projetar experiências que sejam simples, interessantes e relevantes, o UX strategist possui ferramentas que o permitem entregar valor dentro de um projeto.

– Canvas: mapas que ajudam a definir e articular o produto/serviço em um nível estratégico, destacando partes importantes e permitindo que hipóteses sejam validadas no começo.

– Análise competitiva: o estrategista de UX verifica funcionalidades, performance, objetivos e estratégias de cada um dos competidores. É possível investigar como cada concorrente se posiciona estrategicamente em relação à visão e valores, processos e funcionalidades.

– Análise ambiental: avaliação de itens que podem a fetar o produto/serviço, elencando atributos como a tecnologia disponível e os fatores sociais, legais e econômicos que regem a situação atual do mercado. Entender o cenário macro onde o item será lançado é essencial para o sucesso ou fracasso de um lançamento.

– Pesquisa com usuários: inclui pesquisas etnográficas e quantitativas ou entrevistas em profundidade — visando entender detalhadamente como o consumidor se comporta, pensa e age em relação àquele tipo de produto/serviço.

– Personas e mapas da jornada do usuário: tudo o que é aprendido através de pesquisa com consumidores pode ser documentado aqui. São diferentes formas de entender e visualizar quem é o consumidor e qual caminho ele percorre ao interagir com aquele tipo de serviço.

 

EXPERIÊNCIA DE USUÁRIO NA PRÁTICA

Quer ver na prática como a experiência do usuário (UX) dá certo? Selecionamos grandes marcas do mercado, que focaram em proporcionar as melhores interações do usuário com a marca ao usar o produto/serviço oferecido, reajustando processos ou os renovando.

Ao utilizar elementos capazes de tornar os produtos/serviços mais significativos e intuitivos para uma experiência perfeita, consequentemente, as empresas geraram percepções e reações positivas.

 

Reimaginando a estratégia e a experiência do LinkedIn

Aqui, vamos destacar sobre um redesenho completo da estratégia e experiência do LinkedIn, para torná-lo uma melhor plataforma tanto para funcionários, quanto para empregadores.

Com mais de 500 milhões de usuários e receita de US$ 1,1 bilhão, a rede social de business é um dos sites mais usados por estudantes, empresas e profissionais de TI. Isso se deve ao alcance global e ao seu uso diário. O Linkedin fornece muitos recursos para busca de emprego e comunicação, mas há algumas coisas que ele não atende tão bem. Obviamente, um único portal não pode fazer tudo. Algumas das muitas coisas envolvidas aqui e muitos aplicativos que usamos para a pesquisa de emprego:

  • Procura de emprego: LinkedIn/Deed

  • Rastreamento de aplicativos: Planilhas Google, Notas

  • Entrevistas e Alertas: Lembretes/Alarmes

  • Comunicação: E-mail/Telefone e muito mais

Protótipo de nova interface do app LinkedIn Jobs, que ficou em teste com potenciais usuários para obtenção de feedbacks

Com tudo isso em mente e sabendo que essas tarefas consomem muito tempo e às vezes frustram o usuário, um app foi criado, por meio de um brainstorming com muitos alunos e funcionários que estão usando a rede social: o app LinkedIn Jobs. Pesquisa de usuário, criação de personas, análise de dados e diagrama de fluxo de trabalho, novas estruturas de páginas, um protótipo visual interativo e mais algumas funcionalidades para agradar o usuário: essas sugestões de recursos mudaram o processo e garantiram uma experiência melhor e mais facilitada de uso.

Redesign do site Fairtrade

O objetivo era fornecer à plataforma virtual Fairtrade ANZ recomendações e sugestões sobre como melhorar o UX geral do site atual e criar uma jornada positiva que se alinhasse com a sua estratégia de marketing.

Para que conseguissem, um processo foi feito: pesquisa, fluxos e refinamento da jornada do usuário; melhorias e recomendações da estratégia de UX; revisão e sugestões de persona e sugestões de wireframe digital (mid-fi).

Iteração Trifásica da Landing Page Fairtrade — Protótipo em Papel, Telas de Baixa e Alta Fidelidade

Do ponto de vista estratégico, o resultado foi resumido em uma frase: “Simplifique o site para aumentar a conscientização sobre a marca Fairtrade e ajudar a educar os consumidores”. Foi descoberto que a inteligência artificial era uma falha significativa para os usuários e também foi identificado a importância do texto e do conteúdo como um componente-chave de um site de sucesso. Um roteiro foi delineado no relatório detalhado do cliente. A sugestão para que a usabilidade melhorasse foi o foco imediato em trazer um estrategista de conteúdo a bordo, bem como coletar dados sobre personas atuais/futuras.

 

A plataforma online Miro

Desde 2020, o Miro é o software número 1 usado para brainstorming e ideação – em entrevista para a ferramenta UX Tools, 899 entrevistados disseram que é sua ferramenta principal, enquanto 478 disseram que é a secundária. Um crescimento de 472% em um ano (2019/2020).

Para que isso fosse possível, a estratégia do Miro foi de crescimento orientado a produto, com a experiência do usuário no centro de sua atenção se tornando o principal motor de alavancagem. Para criar a ferramenta, a empresa optou por focar no cliente e no que ele quer/busca, investir fortemente na identificação e compreensão de seus usuários, proporcionar design intuitivo e casos de uso e projetando experiências simples, intuitivas e de suporte.

Destaque também para os loops virais. Por ser uma ferramenta de colaboração, o Miro permite se expandir dentro das organizações. Uma vez que eles tenham um fã engajado na ferramenta, fica fácil para ele convidar toda a equipe da empresa para participar também, criando um sistema de indicação orgânica de pessoa para pessoa.