Nos últimos anos, cada vez mais mudanças rápidas e diversificadas surgem nos mais diferentes segmentos: econômico, social, político, ético, filosófico. Essas transformações fazem com que o mercado de trabalho exija profissionais mais qualificados, flexíveis e habilidosos, principalmente no que se refere à liderança.
Kevin Kruse, CEO da LEADx e autor de Great Leaders Have No Rules,diz que a liderança vai muito além de uma atuação. Somente atuar como um líder “padrão” daqueles que saem nas capas das revistas de negócios significa no fundo não conquistar a confiança de todos os subordinados, não ser admirado ou sequer gostado.
Desse contexto surge, no começo do século, a teoria do professor de Harvard Bill George de Liderança Autêntica. A ideia aqui é que líderes sejam vistos como genuínos e “reais”. E por mais que existam diversas técnicas e skills de liderança fundamentais, grande parte da chave do sucesso está em ser quem você é e não tentar vestir uma roupa de “líder clássico”.
Michelle Braden, CEO da MSBCoach, em texto para à Forbes, diz que:
“tentamos por muitos anos desenvolver o modelo perfeito de liderança, mas a verdade é que os líderes vêm em todas as formas e tamanhos. Isso ocorre porque somos todos diferentes e trazemos nosso próprio conjunto de experiências, personalidades e paixões. Abraçar nossas personalidades e experiências únicas como líder é uma forma de liderança autêntica.”
Nesse sentido, segundo a teoria de George, para desenvolver uma liderança autêntica, o profissional deve se concentrar em sete áreas específicas:
- Torne-se autoconsciente
- Entenda seus valores pessoais
- Alcance o equilíbrio: motivações extrínsecas e intrínsecas
- Encontre e desenvolva sua equipe de suporte
- Seja pessoal, mas não muito pessoal
- Atenha-se às suas raízes
- Inspire e capacite aqueles ao seu redor
Então, em vez de tentar redefinir o que significa ser autêntico, os líderes devem desenvolver a sua própria autenticidade. E entendendo que ninguém será autêntico sem falhar, o importante é ter autoconsciência para reconhecer situações como essas e ouvir o que as pessoas próximas indicam como conselho.
Bill George, para Forbes: nos últimos 10 anos, a autenticidade tornou- se o padrão ouro de liderança. Mas, para buscar alcançar esse perfil, os líderes precisam apresentar cinco qualidades, ditadas pelo próprio George:
- Entender seu propósito
- Praticar valores sólidos
- Liderar com o coração
- Estabelecer relacionamentos conectados
- Demonstrar autodisciplina
A liderança autêntica é sobre caráter. Tem a ver com quem somos como seres humanos e as influências que nos formaram. Os líderes autênticos são reais, genuínos e estão em um estado constante de desenvolvimento, que permite progredir à medida que aprendem e crescem com suas experiências. Você não pode fingir, porque as pessoas percebem muito rapidamente quem é autêntico e quem não é. Por isso, se considerarem seus líderes confiáveis e dispostos a aprender, responderão de forma muito positiva aos pedidos de ajuda para superar momentos difíceis.
Crescimento pessoal para liderança autêntica: as lições de Bill George
Bill George diz que os problemas contínuos de liderança empresarial enfatizaram a necessidade de um líder autêntico no século XX. Mas, a jornada para ser um líder autêntico começa quando eles, de fato, entendem suas histórias de vida, as estruturando da maneira que veem os outros, não como observadores passivos, mas como indivíduos que aprendem com suas experiências.
Os líderes devem reservar tempo para examinar suas vivências e refletir sobre elas. Só assim conseguem crescer como pessoas e também em seus cargos de liderança. Líderes autênticos devem trabalhar duro para desenvolver a autoconsciência por meio de sua autoexploração. Eles pedem e ouvem um feedback honesto e também usam redes de apoio formais e informais para ajudá-los a permanecer com os pés no chão e levar uma vida integrada.
O exemplo de Bill George já inspirou uma geração de líderes empresariais e organizacionais em todos os lugares a abraçar estilos de liderança humildes, autênticos e inclusivos.
Além disso, é preciso ter conexão entre atenção plena e empatia. Não é apenas algo que se faz fora do trabalho, é uma prática que se faz no trabalho. É preciso encorajar as pessoas com quem divide a rua rotina profissional para que apresentem suas ideias, sejam reais, autênticas e atentas e tenham suas próprias práticas, dando-lhes a oportunidade de fazer isso.
Para fazer isso, o líder deve assumir o controle, não importa qual seja o trabalho. Assumir esse papel e incentivar quem trabalha em conjunto, ou ao redor, ou na equipe, a ter esse cronograma também. Isso dá uma sensação de bem-estar e resiliência. E não, não é sobre quem se tem controle, é sobre como inspirar pessoas a se reunirem com um propósito comum e a apresentarem ideias realmente excelentes.
Por que é difícil ser um líder autêntico?
Ser um líder autêntico é muito mais simples na teoria do que na prática. Um exemplo claro foi quando Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook, em março de 2018, enfrentou a crise de privacidade após o escândalo Cambridge Analytica. Ele desapareceu por cinco dias e apenas enviou um conselheiro para representá-lo, culpando a Cambridge Analytica em sua entrevista à CNN. Ao invés disso, deveria ter assumido a responsabilidade pessoal.
Muitos líderes trabalham autenticidade, mas, ainda assim se desviam, principalmente pelo desejo de dinheiro, fama e poder. Não há nada de errado ou impróprio em querer alcançar o sucesso e a segurança financeira. Entretanto, se esse for o único objetivo, ele pode se transformar em um desejo que controla a sua própria vida. Mandar em pessoas, acumular riquezas, receber promoções, se tornar uma celebridade: isso pode induzir líderes a acreditarem que são superiores, quando, enfim, a arrogância assume o controle ao invés da autenticidade. Por exemplo: viver de valores reais (R$) ao invés de valores pessoais.
Mas, é possível evitar cair nessa armadilha e se comportar de maneira autêntica. Para isso, é essencial conhecer a si mesmo, suas crenças, valores e princípios de liderança. Deborah Gruehfeld e Lauren Zander, para Harvard Business Review: “a maioria das pessoas pode concordar que a autenticidade é de grande valor. Preferimos ser – ou seguir – um líder real do que alguém que o está fingindo. Agir de uma maneira que pareça verdadeira, sincera e conectada a quem você realmente é, é muito importante e uma qualidade de liderança a qual vale a pena aspirar.”
Desenvolver a inteligência emocional faz parte da soft skills, habilidades pessoais muito bem-vistas e analisadas por empresas que buscam recrutar funcionários. São habilidades transversais a qualquer profissão, área, cargo ou hierarquia que você possa assumir, essenciais para o trabalho nos dias de hoje.
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