5 erros comuns em estratégias digitais

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Que os smartphones mudaram nossas vidas, não é novidade para ninguém. Viajar sem a ajuda de aplicativos, como o Waze, se tornou algo inviável para muitos de nós. Comprar passagens, pagar boletos, assistir a filmes, séries, fazer investimentos… são tantas as atividades realizadas por meio dos smartphones, que parece inviável considerar um mundo sem qualquer uma dessas coisas. E isso em pouco mais de 15 anos.

Porém, muitas empresas ainda estão presas em processos de desenvolvimento de estratégias que ocorrem em ciclos anuais, o que claramente não dá conta de acompanhar a velocidade com a qual as coisas mudam.

Conforme pesquisa da Mckinsey, apenas 8% das empresas disseram que seu modelo de negócios se manteria viável se continuasse se digitalizando no formato e na velocidade atual. Há pelo menos 5 questões problemáticas apontadas pela consultoria sobre as estratégias digitais de empresas. Confira!

1.   Não ter uma definição clara sobre o que é o digital

O que o “digital” significa para você? Para muitos, o termo está relacionado a marketing digital. Para outros, à função da equipe de TI de uma empresa. Para a maioria, apenas uma forma de comunicação, um canal a mais.

Mas a verdade é que, para uma empresa, o digital deveria ser entendido como uma ampliação enorme da sua capacidade de conexão e automação.

A previsão é que, em 2025, cerca de 20 bilhões de dispositivos estarão conectados. Isso representa níveis muito mais altos de automação, dando origem a modelos de negócios e capacidade operacional impensáveis há tempos atrás.

Isso gerra impacto em todas as dimensões como vendas, atendimento ao cliente, relacionamento, inteligência de mercado, logística e a lista se segue ao infinito. Uma empresa que não souber enxergar o digital com essa amplitude certamente vai perder seguidas oportunidades de tornar seu negócio mais lucrativo.

2.   Entender mal a economia no digital

A Economia Digital se refere à oferta de produtos e serviços baseados no ambiente digital. E isso fez com que muitas empresas pudessem cortar custos e investir em. No setor de viagens, por exemplo, companhias aéreas costumavam pagar para agentes de viagem trazerem seus clientes. Ainda que essa figura não tenha morrido completamente, hoje, com a internet, os consumidores obtêm os mesmos serviços, sem intermediários, em seus próprios smartphones.

Hoje, com as mudanças constantes do digital, toda empresa busca sair na frente na criação de novas soluções. Porque apesar de não necessariamente o pioneiro conseguir sustentar sua vantagem no mercado, eles de alguma forma têm uma vantagem de tempo de aprendizado em relação aos demais. Testando e aprendendo em grande velocidade, é possível desenvolver setores em um ritmo que ultrapassa as capacidades das organizações de menor ímpeto inovador.

A Magazine Luiza, por exemplo, mesmo não sendo uma nativa digital, tem investido na criação de um grande ecossistema digital para simplificar a experiência do brasileiro ao realizar compras e integrar canais de venda física e digital. Inclusive, as primeiras iniciativas de inovação na empresa remetem a 1992, quando a marca lançou um ponto de venda com TVs e vídeo-cassetes.


3.   Negligenciar os ecossistemas

Existe uma questão quando se pensa em digital que é crucial para entender esse ambiente: a ideia de ecossistemas. Eles funcionam como redes formada por diferentes atores, como o proprietário da plataforma e responsável pela estruturação do ecossistema; fornecedores, clientes e especialistas, criando um ciclo de geração de valor.

A economia da plataforma digital e do ecossistema nos fazem questionar os próprios os fundamentos da oferta e da demanda. Nesse terreno, as melhores empresas têm escala para atingir uma base de clientes quase ilimitada, e usam inteligência artificial e outras ferramentas para projetar níveis mais altos de serviço.

Com os ecossistemas, modelos de negócios improváveis tornam-se realidade. O Facebook e o Instagram se tornaram grandes espaços de mídia. Uber e Airbnb vendem mobilidade global e hospedagem sem possuir carros ou hotéis. iFood comercializa alimentos sem precisar prepará-los.

Os ecossistemas trazem inúmeras possibilidades e derrubam cada dia mais as barreiras da indústria. Quem ver essa mudança como inimiga estará perdendo novas oportunidades de negócios.

4.   Preocupar-se excessivamente com os nativos digitais

Muitas empresas que buscam se posicionar ativamente no digital acabam se sentindo ameaçadas pelos nativos digitais, ou seja, empresas que já surgiram no meio digital, como o Nubank, por exemplo.

É claro que os posicionamentos desses negócios chamam atenção, devido à sua natureza disruptiva e inovadora. Porém, o foco excessivo nos nativos digitais pode ser perigoso. Os imigrantes digitais (aqueles que não surgiram no digital, mas ingressaram posteriormente) podem e devem ocupar esse espaço o mais rapidamente possível.

As empresas tradicionais são perfeitamente capazes de romper o status quo. Inclusive, por serem marcas que já estavam em ação fora do mundo digital, elas possuem a vantagem do reconhecimento de marca e de já possuir uma base de clientes. Elas não deixam brechas para suspeitas, como os nativos digitais podem deixar.

5.   Não aproveitar a dualidade do digital

Muitas empresas acreditam que, se for para ser digital, é preciso criar algo totalmente novo. Porém, para a maioria delas, abandonar seus negócios atuais é inviável e, por isso, o ideal é digitalizá-los e inovar em novos modelos.

O fato é que a estratégia e a execução não devem ser abordadas separadamente. É preciso estabelecer um equilíbrio no processo de digitalização, mas dois pontos devem ser considerados, independente do segmento:

  • Ousadia: as empresas mais ousadas são aquelas que trabalham muito além das margens. Elas investem muito em tecnologia e são muito mais agressivas ao investir em inovação.

  • Adaptabilidade: se mover com ousadia requer alto poder de adaptação. É preciso falhar rápido e inovar para solucionar ainda mais rápido. Empresas adaptáveis são aquelas que investem em pilotos – é o caso das startups.

Com a digitalização, ouvimos muito sobre a necessidade de urgência, mas pouco se fala sobre a importância de enfrentar as novas realidades da competição digital de frente.

Case Ringers Glovers

Pensando nisso, trouxemos um exemplo de estratégia digital de sucesso, realizada pela Axiom para a Ringers Gloves, sem exceder o orçamento de marketing..

O objetivo de Ringers com o projeto de estratégia digital era o que geralmente as empresas buscam no digital: obter mais leads e vender mais, neste caso, as suas luvas. Eles também precisavam expandir o conhecimento da marca fora da indústria de petróleo e gás, mercado em que eram mais fortes.

Imagem: Axiom

Imagem: Axiom

Havia muitas partes distintas na campanha de marketing e, para unificar e otimizar cada ponto da comunicação, foi utilizado um software de automação de marketing, no caso a HubSpot, seguindo essa estrutura

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Então foram criadas Landing Pages com ofertas gratuitas de conteúdo, se tornando uma forte ferramenta de geração de leads que também fornece conteúdo educacional para converter públicos. A cada mês um novo material era disponibilizado e divulgado para captação de e-mails.

Em conexão com esses materiais, foram trabalhados posts no blog da empresa, com conteúdos focados nas dores e dificuldades do público, identificadas por meio de pesquisa no início do projeto. Então, o marketing de conteúdo entrou como um remédio para essas dores. Em última análise, os blogs levariam as pessoas às landing pages, maximizando e as taxas de conversão de leads.

Em outra frente, entrou a análise de tráfego do site e do blog, selecionando palavras-chave com alto volume de pesquisa, criando e otimizando conteúdos e páginas com foco em SEO, aumentando o volume de acessos de fontes orgânicas.

O Search Engine Marketing (SEM) também fez parte da estratégia, com anúncios online, que buscavam levar os usuários ao e-commerce da marca. Foram utilizados anúncios em diversos formatos, como texto, imagens e vídeos em canais específicos para sua veiculação.

O e-mail marketing impulsionou o aquecimento dos leads e também das vendas. Emails foram enviados para públicos-chave com ofertas exclusivas, além de direcionar o público para o conteúdo do blog e eventos de feiras comerciais presenciais.

Na estratégia, o digital se conectou com o off-line, sendo realizadas também ações de trade marketing, mídia out-of-home e até mesmo ofertas exclusivas rodando via marketing digital para impulsionar a participação em eventos de feiras.

Após o projeto executado, estes foram os resultados:

  • Os usuários únicos no site ultrapassaram a referência no setor de 62% e as palavras-chave classificadas nos motores de busca como o Google passaram de 119 para 227;

  • As vendas no e-commerce impulsionaram as vendas totais para 30%;

  • 288 novos clientes convertidos a partir das landing pages;

  • 4 blog posts em primeiro lugar nos resultados de pesquisa do Google, com 423 leads qualificados gerados a partir deles e aumento de 58% do tempo de permanência dos usuários nas páginas do blog.

  • Na publicidade paga, os resultados foram: 57% mais cliques em anúncios; 8,61% de retorno de investimento e redução de 47% de custo por clique.

  • Nas redes sociais, a estratégia também trouxe resultados positivos: aumento de 345% de cliques no site; aumento de 520% de engajamento; aumento de seguidores em 14,33%.

  • No e-mail marketing, as taxas de abertura se mantiveram em 12,5% maior do que a média da indústria e taxa de cliques superada em 1,3%.


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