De olho no amanhã: pesquisa sobre o futuro da Estratégia

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Mais de 1 ano depois do início da pandemi, é possível ter uma visibilidade um pouco maior do que está por trás do futuro do segmento de estratégia. O papel desse setor na indústria e no mercado como um todo continua a crescer de forma significativa e com influência crescente nos negócios. Além disso, a demanda por serviços que aplicam estratégia aumentou.

É o que mostra o Future of Strategy 2021, relatório da WARC que analisa como a estratégia está inserida no mercado e quais as tendências para os próximos anos. Na edição mais recente, no contexto pós-Covid, há alguns pontos importantes do que os estrategistas e as agências podem esperar dos próximos tempos. Neste post trazemos alguns aprendizados contidos no material.

 

Os aprendizados que a pandemia trouxe no contexto da estratégia

A pandemia de Covid-19 trouxe consigo mudanças significativas na vida pessoal de todos e, principalmente, no mundo dos negócios. Isso não foi diferente no setor estratégico e para os profissionais estrategistas.

As marcas precisaram responder rapidamente às transformações em todos os aspectos, essencialmente no sentimento e comportamento do consumidor durante esse período. Essa situação acabou exigindo maiores esforços das empresas e aumento na carga de trabalho dos estrategistas, buscando aumentar a produtividade para compensar as novas necessidades dos clientes.

Isso quer dizer que a rapidez com que a pandemia trouxe novas tendências e novos comportamentos do consumidor obrigou os negócios a se adaptarem e se reinventarem para sobreviver, o que ocasionou em mais mão de obra e, consequentemente, excesso de trabalho. Um adendo aqui é que o home office também fez com os trabalhadores fizessem mais horas de expediente.

Toda essa situação fez com que os profissionais da área de estratégia sentissem influência interna e externa, na medida em que trabalhavam entre as equipes para analisar as marcas durante a crise, dando boas posições estratégicas. Agora, com uma retomada lenta, os times de estratégia seguem crescendo. O setor, que já tinha um número considerável de adeptos, aumentou na pandemia e tende a se tornar ainda maior no pós.

Uma prova do crescimento é o gráfico de pesquisa abaixo. O número de funcionários estratégicos cresceu no ano passado, principalmente entre as agências digitais, se comparado com o número de funcionários de outros departamentos. A expectativa é que esse crescimento continue:

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Tudo isso também fez com que mudanças significativas fossem notadas, para além do crescimento:

  • Os estrategistas estão mais ocupados e mais produtivos do que nunca, tendo aumentado sua velocidade de trabalhar e ficar mais perto de clientes;

  • Entretanto, muitos se dizem insatisfeitos com suas funções atuais e seus salários, buscando outro lugar para novas oportunidades;

  • O desejo das empresas do ramo e agências por profissionais com experiência ampla e que buscam novos desafios cresce a cada dia, o que pode ser ocasionado pelo declínio das oportunidades de treinamento dentro das agências, uma vez que a maioria dos estrategistas não recebe qualquer treinamento formal;

  • Os estrategistas são atraídos para o generalismo e precisam absorver tudo sobre um assunto para traduzir na estratégia de uma marca, seja campanha ou mídia. Como resultado, há uma divergência em upstream (estratégica) e downstream (tática, execução).

 

O futuro da carreira de estratégia

Como falamos anteriormente, há uma discordância entre as duas pontas que envolvem uma estratégia: upstream e downstream, que são parte fundamental na carreira de um estrategista. Ou eram.

Na maioria das situações, estas áreas podem ser superpostas à forma como os estrategistas se definem: generalistas (profissional não especializado cujo conhecimento, aptidão, talento ou interesse é geral, estendendo-se a vários âmbitos ou campos) ou especialistas (profissional formado, capacitado e especializado em uma área específica).

Embora os generalistas corressem mais riscos de cortes, a pandemia levou a uma mudança clara em direção à necessidade de um planejamento mais upstream. Nos últimos anos, viu-se uma grande frustração dos estrategistas confinados à produção, trabalhando em funções baseadas em projetos, quando era possível ver consistentemente oportunidades significativas no trabalho anterior.

Depois de anos sendo apenas “mais uma” profissão, diluída e sem fundos, a estratégia voltou com força total. Hoje, cada vez mais novas oportunidades surgem no mercado. Com clientes desesperados por um grande pensamento estratégico, as agências e empresas buscam por profissionais do ramo. 

Quando falamos em carreira futura, entretanto, ela fica dividida. Todavia, o estrategista moderno não será capaz de abranger os dois lados da profissão. Terá que escolher um deles, decolando como nunca, e cada vez mais provando o seu valor. Isso ocorre porque os clientes desejam um pensamento estratégico realmente grande e ousado e querem que ele esteja divorciado da execução, que é o caso do upstream, que anda ganhando espaço por ser o cargo onde o profissional realiza toda a estratégia.

A estratégia downstream ainda é, obviamente, fundamental. É muito importante ter grandes estrategistas pensando nos detalhes e na arte das experiências do usuário, no design da marca e nas comunicações. Mas, essas formas de estratégia terão que lutar por seu valor e operar dentro dos limites de uma estratégia de marca maior.

É por isso que o futuro da carreira estará dividido entre esses dois profissionais. E aí, em qual você se encaixa melhor: no pensamento estratégico ou na execução?

 

O futuro não é dos carros voadores. É dos estrategistas!

Assim define Narayan Devanathan, Head of Strategy & Consulting da APAC. Muito se fala em coisas futuristas, como carros voadores e a colonização de Marte. Mas o futuro mesmo será definido pelas estratégias do presente. O futuro dos estrategistas será moldado através do atual momento e de suas carreiras promissoras.

Afinal, por que ter carros voadores e naves espaciais que chegam até outro planeta quando podemos criar estratégias para que as pessoas sintam e vivenciam isso de diversas maneiras, mesmo não embarcando nessas experiências diretamente?

Sobre carreiras, o relatório salienta que, quem está no mercado, já está apto para subir um degrau e avançar no setor. Fato esse é que as empresas e agências buscam por esses profissionais experientes, muito porque não oferecem treinamentos internos, sejam formais ou informais.

Sobre os tais carros voadores, é possível dizer que os estrategistas serão o centro de muita coisa, principalmente dentro de agências e empresas do segmento. Afinal, um carro simples, mas com uma boa estratégia aplicada, pode levar o consumidor às nuvens, ao mar e para onde ele quiser e a imaginação do estrategista permitir.