Criatividade e a arte de perceber

 

Screen Shot 2019-07-04 at 16.08.53-min.png

Recentemente, o co-fundador da celebrada revista Fast Company, Bill Taylor, escreveu para a Harvard Business Review um artigo inspirado em alguns aprendizados do livro The Art of Noticing, do jornalista e professor de design Rob Walker.

Logo no subtítulo, o livro promete “131 maneiras de despertar criatividade, encontrar inspiração e descobrir alegria no dia a dia”.

O ponto central do livro é que na visão de Walker as pessoas mais criativas acabam tendo a habilidade de notar o que praticamente todo mundo ignora e que é possível se tornar mais criativo passando a olhar para a realidade com outros olhos.

 Em suas palavras o livro entra na mente dos criativos capturando:

o que percebem, o que deixam escapar, por que isso é importante, e como se tornar observadores que olham o mundo com mais atenção, profundidade e originalidade.

A partir dessa leitura, Bill Taylor puxou 4 experiências que ele mesmo teve com líderes e empresas em que ele pode ver na prática essa mudança de perspectiva de olhar e a diferença que isso fez.

71R8840yvrL.jpg

1. TROCAR DE AMBIENTE

Taylor conta sua experiência com Tom Brown, gestor de fundos hedge e o pessoal da sua empresa, a Second Curve Capital. A experiência que ele relata é que uma vez por ano Brow e todos os funcionários da empresa saem a uma avenida específica em NY com 5 notas de 100 dolares para abrir contas e fazer operações em todo o tipo de banco e finaneiras que eles puderem encontrar. A ideia é que as pessoas possam perceber diferentes realidades de atendimento, de serviço, de sistema, de experiência ou qualquer coisa que elas não estão acostumadas a notar no dia a dia, mas que podem ter muito valor para o negócio da sua própria empresa. Ao final da jornada, todas as equipes organizam seus aprendizados e dividem suas experiências com os outros, para que nessa conexão de diferentes ponts de vista possam surgir oportunidades para a Second Curve.

2. TROCAR DE FUNÇÃO

A segunda história é sobre dois empreendedores que resolveram simplesmente trocar de lugar. Taylor relata como Maxime Clark, a cridora da rede de lojas de bichos de pelúcia Build-a-Bear Workshop sempre admirou seu colega Kip Tindell, também criador da Container Store, que trabalha com storage e organização de produtos. Como os ramos de atividade são competamente distintos, apesar de ambos serem varejos, os dois líderes conversaram e resolveram trcar de posição por um tempo. Cada um foi para a linha de frente da operação do outro, para conseguir mudra as suas perspectivas de uma série de aspectos como merchandising, comuncação interna, RH e tudo o mais que poderiam aprender para implementar nas suas empresas. Pode soar apenas como um benchmark, algo que as empresas já fazem com recorrência umas com as outras. Mas é completamente diferente a experiência de você efetivamente ver nos sapatos do outro do que apenas ouvir seu relato de como é calcar aqueles sapatos.

3. TROCAR DE MENTALIDADE

Claro que nem sempre é possível esse tipo de coisa do ponto anterior, então fica mais como uma inspiração do que como algo concreto. Porém, há algo da mesma natureza, mas muito mais viável que podemos fazer. A TBWA, agência global de publicidade, ficou bastante conhecida pela sua metodologia “Disruption”. Toda a ideia é sobre como atacar asconvenções de um Mercado, para alcançar uma nova visão, por meio de uma estratégia disruptive. E Um dos momentos acontece em um workshop repleto de dinâmicas pensadas para mudra a perspectiva dos executivos. E uma delas é exatamente sobre troca de posição com CEOs, mas não literalmente. A ideia é que as equipes precisam resolver questões se colocando no lugar de CEOs de empresas icônicas como Apple, Virgin ou McDonalds. Eles literalmente vestem bones e camisetas dessas empresas e são estimulados a pensar como eles pensariam no problema que está na mesa. Como relata uma das lideranças da TBWA,

 o simples ato de ter a liberdade de pensar como outra pessoa lhe dá permissão para gerar ideias a que você não chegaria de outra forma

4. TROCAR DE POSIÇÃO

Um dos pontos de Walker no livro é que a nossa percepção do mundo vem tanto dos olhos quanto dos ouvidos. O que vemos e o que/quem escutamos. Nesse sentido, o ultimo exemplo de Taylor é talvez ainda mais inusitado do que a troca de CEO’s de uma empresa para a outra, mas mais comum, por ser mais viável. É a prática de “mentoria reversa”. O exemplo que ele usa é da PwC, em que 120 funcionários millennials são mentores de cerca de 200 sócios e diretores da empresa. A ideia é que as pessoas mais senior recebam essa mentoria às avessas de pessoas mais jovens exatamente para mudra a perspectiva deles não só sobre questões como tecnologia e cultura, mas também do próprio trabalho em si, na media em que quanto mais “alto” você fica na cadeia, mais distante sua perspectiva fica dos problemas reais do dia a dia da sua empresa. É uma mudança de olhar pela boca de outras pessoas, que também pode fazer toda diferença.


Ir para a rua ver com seus próprios olhos determinadas realidades, trocar de lugar com outra pessoa, ouvir quem você nunca ouve, ou pensar com a cabeça de outra pessoa. Todos esses são exercícios muito interessantes de mudança de perspectiva, que podem mudar radicalmente nossa forma de enxergar o mundo e resolver problemas.

Se é verdade que criatividade é conectar pontos, como disse o grande criativo Steve Jobs, precisamos ampliar nossa capacidade de ter pontos para conectar, ampliando nossa visão de mundo o tempo todo.

Inscreva-se nas nossas newsletters

Receba conteúdos sobre estratégia toda semana no seu email
Compartilhe a publicação

insight

criatividade

livro

5 minutos

soft skill

Outras coisas bacanas que a gente publicou ou leu e você também pode gostar

Assumindo a liderança como estrategista

Ver mais

Storytelling: Contando Histórias Fortes

Ver mais

Como Negociar com Efetividade

Ver mais

Migrando do Marketing para a Estratégia em agência

Ver mais

Procuram-se Gerentes de Estratégia

Ver mais

Pensando estrategicamente a carreira

Ver mais

Por que estratégia é um conceito tão confuso?

Ver mais

Teoria dos jogos e pensamento estratégico [Parte #2]

Ver mais

Teoria dos jogos e pensamento estratégico [Parte #1]

Ver mais

Dá retorno investir em futebol?

Ver mais

Como fazer um bom diagnóstico de estratégia?

Ver mais

[Case] McCain: quando o básico bem feito funciona

Ver mais

ter
29
abr 2025

Masterclass: Smart Desking

com Bruno Alrieri, Gerente Sr de Planejamento Estratégico da...

seg
05
mai 2025

Live Recording: CX

Com Anny Atti, Carlos Borges, Matheus Noronha, Thais dos San...

ter
20
mai 2025

Masterclass: Decoding Drop Culture

com Leonardo Ribeiro, Gerente de Marca LATAM na Natura ...

seg
02
jun 2025

Live Recording: CRM

Com Anny Atti, Carlos Borges, Matheus Noronha, Thais dos San...

ter
17
jun 2025

Masterclass: Mandando Bem na Hora da Entrevista

com Rafael Prieto, Executive Strategy Director da David ...

seg
07
jul 2025

Live Recording: Future Proof ESG

com Carol Gentil, Chief Strategy Officer da Beyond Impact ...

ter
29
jul 2025

Masterclass: Gerenciamento Estratégico de Erros

com Lígia Paes de Barros, Head de Estratégia da The Juju Bra...

seg
11
ago 2025

Sprint: Augmented Strategy

com Daniel De Tomazo e Felipe Senise, fundadores da Sandbox ...

Assine nossas

Inscreva-se na nossa newsletter e receba novidades, conteúdos exclusivos e ofertas especiais direto no seu e-mail. Não perca nada!

Assine nossas

Inscreva-se na nossa newsletter e receba novidades, conteúdos exclusivos e ofertas especiais direto no seu e-mail. Não perca nada!

Preencha as informações para baixar o programa completo

Quero receber novidades