As novas tecnologias chegaram para agregar positivamente à rotina dos negócios, tornando os processos mais assertivos e otimizados. Inteligência Artificial, Machine Learning, Internet das Coisas, Cloud e Business Intelligence são uma realidade de investimento com potencial de transformar empresas.
Agora, pensa só: se a adoção dessas plataformas e inovações já permitem um crescimento visível e resultados expressivos às organizações, imagina agregar outras ações que auxiliem ainda mais nessa expansão.
É aí que entra em cena a Decision Intelligence, termo surgido nos EUA e que vem ganhando seu espaço, aos poucos, também no Brasil.
Decision Intelligence muito além do B.I.
Um dado sozinho é só um dado. Isso significa que não teria muito valor ou relevância se, junto a ele, não tivesse alguma informação a mais ou uma tomada de decisão que o potencializasse. Assim, podemos definir a Inteligência de Decisão. Ela leva em consideração todos os aspectos de escolha entre opções disponíveis, reunindo dados, tecnologia e negócios para embasar a tomada de decisões.
Esse conceito, muito estudado e abordado por Cassie Kozyrkov, Head of Decision Intelligence do Google, é definido como “a capacidade de uma empresa de processar grandes quantidades de dados para tomar decisões”.
Diferente do Business Intelligence, que realiza todo o processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações para suporte, a Inteligência de Decisão é responsável por auxiliar gestores de negócio a acelerar a resolução de problemas ou assuntos, fazendo com que os dados sejam expostos de maneira clara, o que torna as deliberações mais rápidas e eficientes.
O B.I. reúne dados e, por meio da D.I., o gestor faz as interpretações, utilizando Inteligência Artificial e Machine Learning para prover dados entendíveis, descomplicando análises complexas e agilizando a tomada de decisão.
Mesmo que muitos ainda falem que a Decision Intelligence é uma evolução do B.I., resumidamente, diz respeito à transformação de comportamento, personalização e análise integrada de dados.
Dados não são nada sem tomadas de decisões
É basicamente isso que traduz a D.I. Isso porque, dados, sem resultados ou interpretações, são apenas dados. Sem uma tomada de decisão importante perante os números que se tem em mão, não se chega a lugar nenhum. Já diz Cassie Kozyrkov “os dados são bonitos, mas são as decisões que são importantes.”
São as decisões, ou ações tomadas, que afetam diretamente o mundo ao nosso redor. Por exemplo: adicionar uma foto ao rótulo de um produto é uma ação realizada por meio de um sistema digital, mas isso só é possível quando, anteriormente, se tomou uma decisão cuidadosa por gestores de que, desta forma, ficaria melhor.
Ou seja, a tecnologia hoje é fundamental. Mas sem a tomada de decisão de utilizá-la a favor dos negócios, ou da vida, ela não é “nada”.
Decision Intelligence são as decisões importantes tomadas por empresas, aliada às tecnologias de B.I., I.A., Machine Learning, entre muitas outras. A tecnologia traz números, informações, dados. A Inteligência de Decisão realizada por meio do tomador de decisão (geralmente os líderes e gestores de uma empresa), interpreta, toma a melhor decisão e, por fim, o serviço/produto divulgado tende a ter um resultado melhor. Deu pra sacar?
O termo reúne o melhor da ciência de dados, os unificando para que as pessoas possam usar os dados para melhorar suas vidas e, principalmente, seus negócios. Assim, vemos ciência de dados e de decisão aliadas de forma vital para a era das tecnologias, como a I.A., cobrindo as habilidades necessárias para liderar projetos de forma mais assertiva.
A era da ciência de dados aliada à ciência de decisão e sua relação com D.I.
A ciência de dados e ciência de decisão não são iguais, por isso, é difícil compará-los. Mas, seus campos são relacionados. A data science é um campo amplo que representa uma combinação de várias disciplinas. No entanto, existem áreas adjacentes que merecem atenção, como a decision science.
O que queremos dizer com isso? A ciência de dados é crucial para a ciência da decisão. Mas, é através da segunda que surgem a solução para todos os problemas e preocupações. Ou seja, nenhuma consegue sobreviver sem a outra. A verdade está em algum lugar entre a ciência de dados e a ciência da decisão.
Tudo isso demonstra que, na ciência, dados não sobrevivem sem decisões. E vice-versa. Um é a ligação para o outro. E, nas tomadas de decisões, as tecnologias não se sustentam sem decisões inteligentes, e vice-versa.
Os benefícios da aplicação de D.I. nas empresas
Esse formato de tecnologia pode ser muito intimidador dentro das empresas, afinal, é a partir dessa ação que os gestores avaliam e definem novos rumos para as áreas de atuação.
Entretanto, as decisões, pequenas ou grandes, impactam o rumo até mesmo de forma definitiva nas organizações, quase sempre de maneira positiva. É possível ser mais assertivo com base em dados precisos e compactos, sem gastar tempo e esforços desnecessários com isso.
Assim, as informações se tornam mais simples e pontuais nas áreas responsáveis, além de serem acessíveis para todos. Tudo isso torna o processo mais consistente, uma vez que a Inteligência de Decisão não somente ajuda a tomar as melhores decisões, mas possibilita fazê-las com agilidade.
Desse modo, as empresas também estimulam as equipes a observarem que estão atingindo suas metas e agindo estrategicamente em prol do negócio.
É claro que o nível de investimento e adaptação é necessário, mas os benefícios que a Decision Intelligence traz consigo são enormes, favorecendo e muito o crescimento da organização.
D.I.na prática
Um exemplo de Inteligência de Decisão que faz parte do dia a dia da maioria das pessoas é o sistema de recomendações. Os serviços de streaming de músicas e vídeos (Netflix, por exemplo) utilizam a I.A. como grande aliada à sua programação, com o objetivo de entender as preferências dos usuários. Assim, combinada com a D.I., é possível entregar resultados com base em dados, experiências anteriores e interações que sejam assertivas e captem a atenção dos espectadores, tornando esse processo um diferencial.
Outros exemplos:
-
Com o início da pandemia, o Departamento de Veículos da Califórnia (DMV) começou a implementar a D.I. A primeira atitude foi agilizar o atendimento por meio da emissão de habilitações digitais, evitando aglomerações no local e reduzindo a espera de clientes de 27 para 10 minutos. Além disso, a marca diminuiu o uso de papel e desenvolveu um chatbot para dúvidas;
-
A Cato Networks, empresa de segurança de redes em nuvem, utilizou a Decision Intelligence para prover maior segurança cibernética. Com o uso de Inteligência Artificial e Machine Learning, a companhia previu a probabilidade de um domínio e endereço de IP maliciosos. Isso possibilitou encontrar ameaças, investigando as que seriam de maior prioridade. Em mais de um ano da aplicação dessa estratégia, a marca mantém um baixo índice de falso positivo.
Por que a Inteligência de Decisão é estratégica para os negócios?
A Inteligência Artificial sempre foi muito utilizada e se intensificou ainda mais com o início da pandemia de Covid-19. Hoje, a maioria das empresas utiliza essa tecnologia em plataformas com o intuito de facilitar processos e otimizar negócios, sendo esta uma grande estratégia de decisão que auxilia na expansão do negócio.
Mas, como você bem viu, a tecnologia de I.A. sozinha tem limitações. Entretanto, quando aliada à Inteligência de Decisão, tem potencial de resultados mais palpáveis e positivos. Ou seja, a maior estratégia das empresas nos dias atuais para alcançar o crescimento não é a I.A. e as demais tecnologias, como Machine Learning, mas sim todas elas juntas formando uma rede de Decision Intelligence, fornecendo recursos importantes para os gestores e líderes de negócios façam escolhas baseadas em fatos e tomem decisões estratégicas.
A D.I. é uma estratégia que traz novas visões às marcas. Claro que, sem as tecnologias, ela não pode ser realizada. Mas dados sem tomadas de decisões inteligentes são apenas números à espera de interpretação e de serem utilizados para algo útil no contexto empresarial.
A Inteligência de Decisão ainda não está bombando no Brasil, mas nos EUA seu uso é imprescindível dentro das companhias. Entretanto, a sua popularização está chamando cada vez mais atenção. Até 2023, a previsão é que mais de um terço das grandes organizações tenham analistas usando essa abordagem em operações e processos.