O Futuro da Estratégia, 2019

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WARC é uma empresa britânica que vende inteligência de mercado, na forma de bancos de dados, benchmarks, cases, estudos adhoc etc. Voltado para a área de comunicação e marketing, fazem um ótimo trabalho de conteúdo, em muitas frentes. 

Uma dessas frentes, de assesment, produz um relatório periódico chamado The Future of Strategy, em que fala com 800 estrategistas sênior da área de comunicação e entende suas demandas, desafios, seu papel e percepções sobre o próprio trabalho.  

O mau do WARC é que ele é totalmente fechado para assinantes [e não é barato, nem se você for PJ]. Mas nós tivemos acesso aqui ao conteúdo e vamos dividir de forma mais geral alguns aprendizados que nos chamaram atenção, de uma forma sem números específicos, para ninguém lá da terra da Rainha mandar o James Bond atrás de nós por usar material sigiloso 😛

 

MACRO X MICRO

Na pesquisa fica nítido que os estrategistas se sentem fazendo mais e mais trabalhos voltados para a “operação”, por assim dizer. Boa parte deles diz que os negócios “digital-first” estão deteriorando as formas mais tradicionais de desenvolvimento de estratégia.

E praticamente metade deles declara estar fazendo mais trabalhos voltados para consumer experience, o que possivelmente consideram como algo mais “micro”. Tanto que a principal oportunidade declarada por eles para o próximo ano é trabalhar nas questões mais macro dos seus cliente, já que se vem muito na ponta demais.

 

UMA ÁREA MENOS VALORIZADA DO QUE PODERIA

Talvez até por essa percepção de estarem enfiados demais em problemas mais operacionais do que estratégicos, menos da metade deles acha que os seus clientes entendem com careza o seu papel.

Tanto que a grandíssima maioria deles entende que o seu trabalho não deveria estar embutido em um pacote de entregas de ações de comunicação e sim ser cobrado à parte.

De forma bem majoritária, suas principais reclamações são as pressões por custo e tempo, que afetam a qualidade das equipes e do próprio pensamento estratégico.

 

DATA, DATA, DATA

Uma das questões que também ficou muito saliente na pesquisa foi a relação dos estrategistas com data, pesquisa e informação de uma forma geral. No topo da lista das habilidades que eles procuram para contratar está a ideia de “destilar” melhor pesquisas e informações complexas [hard data]. E no topo dos desafios eles colocam a  intenção de criar melhores insights a partir dos dados do cliente.

Mas aqui há uma questão importante também. Há uma reclamação generalizada e também majoritária que eles fariam um trabalho melhor se o cliente disponibilizasse mais informações do negócio para eles. Sentem que tem acesso restrito e isso atrapalha no desenvolvimento de um pensamento que os coloque efetivamente como parceiros de estratégia e business.

 

UM TIPO DE PROFISSIONAL

 Focando mais no tipo de profissional que se espera nessa área, é perceptível que os líderes estão buscando um tipo específico de pessoas. Ao lado da habilidade de lidar bem com data, estão as habilidades de conseguir solucionar problemas de maneira criativa e ter uma mente questionadora, com fome de saber mais.

E nesse sentido, vem embutida uma crítica da grande maioria, de que se passa muito tempo no escritório e pouco tempo conhecendo o “mundo real”, que é de onde eles podem tirar os inputs mais valiosos do seu trabalho.


No fim das contas, o tal futuro da estratégia passa por questões bem claras: entender um novo papel em que o valor está dividido em questões macro e micro, saber lidar com dados, mas aliando com uma capacidade de resolver problemas criativamente. Assim, quem sabe, passará a haver uma valorização maior dessa área, que é muito importante, mas em muito, está patinando no setor de comunicação.

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