Por que pensar em inteligência emocional?

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Segundo um estudo da Talent Smart, 90% dos profissionais com melhor desempenho têm altos níveis de inteligência emocional. Isso significa que a inteligência se tornou essencial para o currículo dos profissionais e requisito básico para quem recruta também.

Cada vez mais, empresas vêm contratando colaboradores que se adaptam a esse fator e desenvolvem essa habilidade dentro das próprias organizações, visando auxiliar na carreira de sucesso de seu profissional e, ao mesmo tempo, atingir ótimos resultados internamente.

Contextualizando inteligência emocional segundo Daniel Goleman

O termo inteligência emocional se tornou popular por meio do Emotional Intelligence, livro de Daniel Goleman publicado pela primeira vez em 1995. O exemplar apresentava o conceito de Emotional Intelligence, destacando que ela é mais importante do que a inteligência natural (IQ) para determinar sucesso na vida. Segundo o site Ebiografia, foram vendidos, nada mais, nada menos, do que 5 milhões de cópias até os anos 2000.

Goleman, em seu livro, destacou que inteligência emocional é importante e pode definir e auxiliar no sucesso pessoal e profissional de pessoas e até mesmo de organizações. O psicólogo e jornalista é considerado o principal pesquisador contemporâneo dedicado a entender e falar sobre inteligência emocional. Segundo ele mesmo, o termo define-se como “a capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e dos outros, de nos motivarmos e gerirmos os impulsos dentro de nós e em nossos relacionamentos”.

O norte-americano reitera que gerir emoções é essencial no desenvolvimento de uma pessoa, pois não há genética que faça um indivíduo já nascer fadado ao fracasso ou ao sucesso. Em sua tese, esse conjunto de competências promove diminuição dos níveis de ansiedade e estresse, empatia ao próximo, equilíbrio pessoal, clareza em objetivos, capacidade em tomar decisão, boa gestão de tempo, autoconfiança, autoestima elevada, e assim por diante. Além disso, Goleman destaca que é possível aprender e desenvolver inteligência emocional por meio de exercícios rotineiros.

Em resumo, o conceito pode ser explicado como “a ciência de gerenciar a si mesmo e conectar-se com os outros”.

Características e qualidades de uma pessoa emocionalmente inteligente

A inteligência emocional pode circular por variados âmbitos e destacar diversas características e qualidades, que variam de uma pessoa para outra e de um profissional para outro. É um trabalho individual descobrir o que ela representa e como integrá-la em sua vida.

Neste ciclo, é importante reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções, que se misturam com os sentimentos alheios, uma vez que não basta apenas saber lidar com si próprio e seus problemas, mas também entender o outro ser humano e como ele lida com as situações.

Somos criaturas emocionais que tomam decisões e respondem a estímulos baseados em emoções, que podem direcionar nosso comportamento e impactar pessoas. Por isso, é necessário aprender a gerenciá-las, especialmente em âmbitos de pressão, desenvolvendo as qualidades presentes no seu interior e que colaboram para a gestão da inteligência emocional.

As principais qualidades e características que definem um profissional/uma pessoa emocionalmente inteligente, compreendendo maneiras de influenciar pessoas e a si próprio e crescendo emocionalmente a cada dia, são:

  • Empatia
  • Autoconsciência
  • Curiosidade
  • Mente Analítica
  • Crença
  • Necessidades e desejos
  • Apaixonado
  • Otimista
  • Adaptabilidade
  • Ajudar os outros a ter sucesso e ter sucesso por si mesmo

Pensando em inteligência emocional no ambiente de trabalho

Já dizia Goleman em seu livro: “a inteligência emocional é a maior responsável pelo sucesso dos indivíduos”. Fica claro quando percebemos que quase todas as situações vividas no trabalho exigem habilidades de relacionamento e compreensão do ser humano, sendo necessárias para a organização de grupos e para auxiliar profissionais a terem sua própria capacidade de negociar, gerir e liderar.

Isso não significa que estar no ambiente de trabalho é se transformar em outro alguém. Na verdade, é exatamente ao contrário: quando estamos trabalhando, somos a mesma pessoa. Crenças, necessidades, características e comportamento seguem sendo marcas pessoais, que se misturam no de trabalho. E é exatamente sobre isso: ter marcas pessoais, mas saber como identificar, controlar e gerir. Uma capacidade que favorece relações pessoais e também profissionais.

Por exemplo: os conflitos são os momentos onde é possível desenvolver a inteligência emocional. Quando alguém não sabe o que sente, não é empático e não sabe dosar reações, o problema piora, gerando mágoas, ofensas e consequências às pessoas envolvidas e à organização. Do contrário, é possível ajudar a resolver problemas e evita-los no âmbito profissional.

Lembrando que ela não é requerida apenas para promover resolução de conflitos. Mesmo quando existem relações de qualidade satisfatória, essa habilidade traz impactos positivos na satisfação e na produtividade do colaborador e da empresa.

Por que gestores devem mostrar um lado suave?

Marielena Sabatier, CEO da Inspiring Potential, empresa especializada no desenvolvimento de inteligência emocional, para The Guardian, destaca que habilidades suaves, em tempos antigos, poderiam ser definidas como pouco profissionais no mundo dos negócios. Porque focar na tarefa era a única forma de aumentar a eficiência. Mas, o fato é que o tempo passou, as coisas mudaram e a inteligência emocional tornou-se uma importante habilidade de liderança, auxiliando a gerir comportamentos e influenciar relacionamentos, bem como o próprio desempenho e os resultados das organizações.

Para funcionar profissionalmente, é necessário reconhecer e gerenciar emoções próprias e dos outros, encorajando uma comunicação tranquila e evitando conflitos. Para gestores, líderes e gerentes, isso se torna ainda mais importante, já que são figuras responsáveis por serem um exemplo aos demais profissionais.

Não basta apenas ser o chefe técnico, que sabe fazer tudo, mas não sabe lidar bem consigo mesmo e com os seus subordinados. É preciso ter um lado suave e, mais do que isso, demonstrar essa habilidade. Isso possibilita que os demais vejam como o gestor está lidando com o momento, a profissão, as pessoas e, essencialmente, com a inteligência emocional, mantendo equilíbrio nesse conjunto.

Ser gentil não custa nada e é uma ótima característica para gestores que buscam ganhar destaque e aumentar a produtividade de suas empresas. Um exemplo disso é a gigante Tesco, que incentiva seus gerentes a serem gentis com os funcionários para melhorar o atendimento ao cliente e aumentar lucros. Com essa estratégia, a marca pede para que os líderes digam “por favor” e “obrigado” e elogiem o trabalho dos colaboradores. Essa mudança trouxe resultados plausíveis, já que, em abril deste ano, a empresa voltou ao azul, marcando seu primeiro trimestre de crescimento desde 2013.

Matt Davies, CEO da Tesco no Reino Unido e na Irlanda, segundo o The Guardian, disse: “trata-se de comemorar o sucesso e o poder de apreciação. Há poder em dizer obrigado e em identificar alguém fazendo um bom trabalho e apreciar isso.”

Embora boas maneiras sejam importantes, é primordial que haja uma transformação cultural, incentivando gerentes a serem empáticos, gentis e, principalmente, inteligentes emocionalmente. Profissionais que praticam a inteligência emocional entendem seu próprio comportamento, estando no controle da situação e sintonizados com as emoções dos demais colaboradores.

Assim, é possível criar conexões mais fortes com as pessoas, sabendo como reagir em todos os tipos de situações, entendendo o que dizer e fazer para que os outros se sintam melhores. É sobre não dizer por favor e obrigado porque foram direcionados, mas agir dessa forma naturalmente por valorizar e respeitar seus colegas, para ter um bom relacionamento e por se importar com os outros, conquistando, nesse meio tempo, a confiança. Afinal, todos podemos nos tornar mais inteligentes emocionalmente com um pouco de foco e prática.

Equilíbrio entre inteligência emocional e analítica

Segundo os escritores Melvin Smith, Ellen Van Oosten e Richard Boyatzis,da Harvard Business Review, publicação da Harvard Business Publishing que reflete sobre as melhores práticas na gestão de negócios, ser um gerente eficaz requer o equilíbrio de duas redes em seu cérebro: a rede analítica e a rede empática. É preciso entender os colaboradores e seus desafios específicos, tanto no lado sentimental, como emocional. Os gerentes precisam estar abertos a ouvir. Essa informação se dá através das pesquisas recentes apontadas para uma compreensão de como as redes analíticas e enfáticas funcionam em nossos cérebros.

Como gerente, talvez você já tenha respondido a um outro colaborador de uma forma que o fez sentir-se desconhecido ou desvalorizado, mesmo que essa não fosse sua intenção. Esse formato de experiência pode ocorrer, principalmente em períodos de crise como o atual (pandemia).

São tempos difíceis, onde funcionários passam por dificuldades físicas, emocionais e financeiras. Por isso, é fundamental atender às necessidades, medos e preocupações deles como um gestor e, ao mesmo tempo, é importante resolver problemas urgentes e tomar decisões críticas para sustentar o negócio. Ambas essas situações, entretanto, requerem a ativação de duas partes diferentes do cérebro: a analítica (rede de tarefa positiva) e a empática (rede de modo padrão), descritas pelo professor Anthony Jack, da Case Western Reserve University, como duas das principais redes neurais que funcionam em nossos cérebros.

A parte analítica ajuda a dar sentido às coisas e eventos, para resolver problemas e tomar decisões por meio de pensamentos abstratos ou analíticos, como análises financeiras e análises de dados. A empática permite examinar o ambiente e estar abertos a novas ideias e outras pessoas. Ambas se opõem, mas, completam uma à outra. Quando uma é ativado, a outra é desativada.

No raciocínio de Jack, o lado analítico é sobre informação e análise e o empático sobre pessoas e observações. Nós todos precisamos de ambas as partes. E gestores ainda mais, afinal, os mais eficazes usam ambos e são capazes de alternar entre eles em uma fração de segundo. Isso dá o equilíbrio necessário para o sucesso no mundo dos negócios, para a conexão com as pessoas e, também, para desenvolver a inteligência emocional com assertividade.

Dicas de livros sobre Inteligência emocional

Alguns livros sobre inteligência emocional que colaboram para aflorar suas habilidades e entender melhor sobre o assunto:

  • Inteligência emocional: ciência e mito – Por Gerald Matthews, Moshe Zeidner e Richard D. Roberts: uma revisão crítica abrangente da EI, examinando o pensamento atual sobre natureza, componentes, determinantes e consequências e avaliando o estado da arte em teoria, pesquisa, avaliação e aplicações de EI.

  • Mindset: a nova psicologia do sucesso – Por Carol S. Dweck: ph.D., professora de psicologia na Universidade Stanford e especialista internacional em sucesso e motivação, desenvolveu, ao longo de décadas de pesquisa, um conceito fundamental: a atitude mental com que encaramos a vida, que ela chama de “mindset”, é crucial para o sucesso. A profissional revela como o sucesso pode ser alcançado pela maneira como lidamos com nossos objetivos.


Desenvolver a inteligência emocional faz parte da soft skills, habilidades pessoais muito bem-vistas e analisadas por empresas que buscam recrutar funcionários. São habilidades transversais a qualquer profissão, área, cargo ou hierarquia que você possa assumir, essenciais para o trabalho nos dias de hoje.

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