Lições de criatividade com The Beatles

 

Recentemente, o documentário The Beatles: Get Back foi ao ar na Disney+. Para os amantes de uma das maiores bandas de todos os tempos, alegria e muita nostalgia. Para os apaixonados por criatividade, um prato cheio de inspiração.

Ao longo do período de quase 8 horas, o documentário apresenta como as músicas foram desenvolvidas, de uma maneira bem intimista. E diante do material, alguns autores resolveram destacar pontos do processo criativo dos músicos, que podem servir de lição para muitos outros tipos de profissionais.

Sobre colaboração

Joseph Kalinowski, para Content Marketing Institute, destaca em sua análise que o documentário mostra que o domínio criativo vindo da parceria entre John Lennon e Paul McCartney rendeu a maior parte das composições dos Beatles. Mas, o grupo subestimou George Harrison como compositor e produtor, levando-o à frustração criativa e à saída da banda durante as sessões. Quando voltou, tocou uma versão inicial da canção All Things Must Pass para John e Paul. Eles não deram bola. Mais tarde, George lançou a música em seu álbum solo, aclamado pela crítica e vendeu milhões de cópias.

Primeira lição sobre colaboração: não subestime a sua equipe. Incentive ideias criativas, independentemente de quem elas partam. Afinal, todo mundo pode ser criativo e uma boa ideia pode sair de qualquer cabeça.

Outra lição sobre colaboração veio de um momento inusitado. Enquanto ensaiavam uma próxima gravação, a banda concordou que estava faltando alguma coisa nas músicas. Um dia, o tecladista Billy Preston parou no estúdio para dizer olá aos companheiros e Os Beatles abriram portas para a banda de turnê de Little Richard, na qual Billy tocou. Isso nos mostra que novas pessoas podem dar vida e energia a uma sessão criativa. Nesse sentido, quando estiver travado, trazer alguém de fora – um colega de outro departamento ou um membro do seu público – pode transformar o processo.

Olhe fora de sua equipe e saia da rotina

O documentário mostra Paul McCartney, John Lennon e George Harrison dando um novo toque a canções que escreveram anos antes do lançamento. Ao longo da série, Paul canta trechos de músicas que nunca entraram nos álbuns. Mas ele continuou trabalhando e elas finalmente chegaram aos seus álbuns solo pós-Beatles. A lição aqui é evitar jogar fora ideias em que você acredita. Apenas coloque-as no papel e guarde-as. Se ela não funciona ou não tem espaço hoje, amanhã tudo pode mudar.

As músicas famosas e a mudança de local de gravação não foram as únicas mudanças. O plano original incluía os Beatles se apresentando em frente a um público ao vivo. A banda concordou em se apresentar e gravar algumas das canções no telhado de seu estúdio. Não foi o show planejado inicialmente, mas eles tiveram ótimas performances. O que nos ensina a estar aberto ao imprevisível. Quando as circunstâncias mudarem, talvez seja melhor não lutar contra elas e sim remar a favor. Deixe estar e veja se pode trabalhar com as novas restrições ou requisitos.

Um processo criativo confuso

Para Hans Van de Bruggen, uma coisa que surpreende no documentário foi como o processo era confuso. Entre cantos ruins, toques desleixados, letras capengas e demais “problemas” musicais, o quem assiste quase se choca. Afinal, como isso pode acontecer com um grupo dessa categoria? Mas, no fundo, essa bagunça sempre foi positiva. Ela ajuda a quebrar a mentalidade de “perfeição” e permite que novas coisas possam surgir. Também permite economizar energia. Fora a leveza de fazer as coisas de forma menos nos trilhos, o que, em última análise, dá tempo e energia para explorar mais o processo.

A criação de músicas com versões “erradas” revelou novos ritmos, sensações e direções. Lançar “ideias erradas” expandiu as possibilidades. A análise indica que o processo criativo foi transformado em um processo de descoberta e curadoria. Mas, a irreverência também ajudou a manter as coisas divertidas. E essa brincadeira estava em toda parte. E não, essa confusão não foi uma perda de tempo. Cada vez mais estudos vêm nos mostrando que estar relaxado e feliz leva a um melhor pensamento criativo.

Errando e acertando

Ainda sobre essa busca pela perfeição, é interessante ver no documentário como os Beatles procuravam soluções mais simples e, muitas vezes, ficavam felizes em seguir em frente com a primeira opção viável apresentada. Sim, eles podiam se dar esse luxo, porque sabiam que o substituiriam rapidamente se encontrassem algo melhor.

A lição aqui é que escolher o “melhor” em vez de ficar obcecado com o “perfeito” ajuda a seguir em frente, evitando a formação de bloqueios e liberando a cabeça para encontrar opções novas e melhores com menos tempo e esforço.

Sozinhos e juntos

Embora grande parte do processo criativo dos Beatles fosse realizado como um grupo, muitas vezes, ideias eram trabalhadas sozinhas. Voltando ao estúdio, todos da banda compartilhavam ideias que criavam em seu tempo livre de forma independente antes que o grupo entrasse de cabeça nelas junto.

Isso permitiu que as ideias se desenvolvessem em várias direções simultaneamente e, em seguida, cruzadas ao se reunirem como um grupo completo. Aprende-se, portanto, que alternar entre pequenos grupos e o grupo completo permite explorar ideias de diversas maneiras diferentes.

Limitações

No início, quando o grupo estava em Twickenham, se viu em desacordo com o espaço em que se encontravam. O tamanho do local significava que era difícil obter um som que pudessem usar. Depois de alguns dias, mudaram para um estúdio de gravação tradicional.

Em outras palavras, a lição que tiramos é que as ferramentas usadas no processo criativo tiveram um efeito direto em sua capacidade de explorar. Problemas com as ferramentas, como o estúdio e seus instrumentos, significavam ser confrontados com um esforço adicional ao tentar brincar com as ideias. Pegar esses itens “fora do caminho” no fim das contas ajudou o processo criativo.

Top #10 aprendizados para o processo criativo

Resumindo, com as palavras de Brittany Wong, para Huffpost, em bullet point estão os 10 lembretes importantes que é possível aprender ao assistir “The Beatles: Get Back”:

  1. Seu trabal ho não precisa ser perfeito à primeira vista.

  2. Um vácuo de liderança pode facilmente criar uma sensação de caos.

  3. Quando alguém está assumindo a liderança ou a maior parte do trabalho, dê-lhe crédito.

  4. O humor leva você a todos os lugares.

  5. Não subestime um membro menos veterano de seu grupo.

  6. Crie sozinho, aprimore junto.

  7. Antecipe desentendimentos quando estiver trabalhando em grupo.

  8. Se as coisas ficaram obsoletas, convide uma nova pessoa para o rebanho

  9. Um dia de folga (e uma mudança de cenário) irá atendê-lo bem.

  10. Encontre o seu equivalente ao concerto no telhado.


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